19 julho 2012

Câmera registra ação de PMs em morte de empresário

Câmeras na região de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, registraram a perseguição policial que terminou com a morte do empresário Ricardo Prudente de Aquino, na noite desta quarta-feira (18). Uma delas flagrou o momento em que o veículo do empresário é interceptado por um carro da Polícia Militar. Não é possível visualizar, porém, o momento dos tiros por causa do farol alto do automóvel da vítima.
O subcomandante geral da PM, coronel Hudson Camilli, disse nesta quinta-feira (19) que a ação dos policiais foi "tecnicamente correta", porém sem "justificativa legal". Dois soldados e um cabo foram detidos por terem atirado contra o carro do empresário, que teria fugido de uma abordagem policial.
O coronel negou que a Polícia Militar tenha cometido erros sucessivos neste mês no estado de São Paulo ao ser questionado sobre casos recentes de mortes cometidas por PMs. Nesta madrugada, em Santos (SP), um carro foi atingido com mais de 25 tiros e um jovem morreu. Quatro policiais que participaram da ação foram presos em flagrante.
De acordo com o coronel, neste mês 47 pessoas foram mortas por policiais. Ele afirma que isso significa que 36% das abordagens com situações de confronto terminaram em mortes no estado. Tanto os três policiais que atuaram na ocorrência em São Paulo quanto os quatro de Santos são novatos: estão há menos de cinco anos na corporação. Ele disse que caso o processo administrativo mostre que eles fizeram o julgamento correto na ação, poderão não sofrer penalidades.
De acordo com o subcomandante, a fuga do empresário no momento da abordagem teria levado os policiais militares a imaginar que o motorista estava armado e portanto haveria ameaça à vida dos policiais.
“No aspecto técnico, a ação deles não pode ser criticada. A ação foi feita imaginando que haveria injusta agressão contra eles, mas o indivíduo não estava armado portanto existem reparos a serem feitos no aspecto legal. Não havia justificativa legal para a ação”, disse. Camilli afirmou que a reação dos policiais foi baseada em aspectos subjetivos. “É um momento crítico. O cidadão desobedeceu uma ordem legal da polícia e dali para frente qualquer circunstância é muito complicada”, argumentou. "Legalmente a postura foi inadequada, não atendeu aos pressupostos legais, de forma que eles [os policiais] estão sendo presos em flagrante."

Fonte: G1.com/SP


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