21 dezembro 2010

Em média, 94 brasileiros morrem por dia vítimas de tiros

Hoje, para comprar uma arma legalmente é preciso fazer teste psicotécnico, teórico e prático. Ser maior de 25 anos, comprovar domicílio e ocupação profissional. Tudo registrado na polícia.
“Muitas vezes a pessoa vem, faz o curso e já tira da cabeça dela que arma não é uma solução para o problema, porque ela sofreu uma situação de assalto”, declara Gustavo Duarte, instrutor de tiro.
Um estudo do Ministério da Justiça mostra que quase metade das 16 milhões de armas em circulação no país é ilegal. Revólveres e pistolas respondem por mais de 80% das armas apreendidas com criminosos, a maioria delas, fabricada aqui mesmo no Brasil.
O que choca na pesquisa é entender que a falta de controle de armas tem um efeito direto na violência. O Brasil é o país com maior número absoluto de mortes por arma de fogo em todo o mundo: são 34.300 assassinatos por ano.
“Acho que a primeira providência a ser tomada de fato é você qualificar, você integrar o sistema de informação que existe hoje no Brasil sobre armas de fogo. O governo sabe razoavelmente muito pouco sobre quantas armas são produzidas, pra onde essas armas vão, que tipo de comércio elas atendem, pra qual tipo de consumidor elas tão indo”, afirma Felipe Zilli, pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública – UFMG.
“Arma é um instrumento feito pra matar e tem que ser controlada pelo Estado. O cidadão tem direito de ter arma, porque assim quis o referendo das armas de 2005, mas essa arma não pode ser ilegal e tem que ser muito bem guardada pra não ser objeto de acidentes nas residenciais, o que acontece com freqüência”, diz Antônio Rangel, ONG Viva Rio.
O estudo do governo feito em parceria com a ONG Viva Rio deve ajudar a nortear uma nova campanha de entrega voluntária de armas por parte do cidadão.
“Vamos fazer uma reunião com os 27 secretários estaduais de Segurança Pública já no início de 2011, a fim de que eles possam compreender melhor os mecanismos do Estatuto do Desarmamento e verificar de que maneira cada estado pode auxiliar melhor o governo federal nesta tarefa de controlar e facilitar a devolução de armas de fogo pela população”, declara Luiz Paulo Barreto, ministro da Justiça.

Fonte: jornal da globo

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